domingo, 31 de dezembro de 2006

Foto do mês (dezembro)

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Um dos melhores períodos para conhecer a cultura alemã é, sem dúvida, no final do ano – dica válida especialmente para quem curte as comemorações natalinas. Na minha opinião, o que de melhor a Alemanha tem a oferecer no período são as Feiras de Natal, que tomam conta do país enchem de vida (e de turistas) as frias ruas e praças das cidades alemãs, desde vilas até metrópoles.

Apenas em
Colônia, cidade conhecida pelo seu famoso carnaval e pelo espírito festivo de sua população, existem seis destas feiras. Visitei três delas e gostei mais da Feira de Natal da Catedral de Colônia (Weihnachtsmarkt am Kölner Dom). Por isso a escolhi como foto do mês de dezembro.

Ao todo, visitei sete feirinhas de Natal em quatro diferentes cidades da Renânia do Norte-Vestfália. Tomei Glühwein (o quentão alemão) e experimentei diversas guloseimas típicas, entre elas as amêndoas torradas e açucaradas. Acabei, no entanto, perdendo a oportunidade de comprar de recordação um quebra-nozes, talvez o mais genuíno adorno do Natal alemão. Fica para o próximo ano.

sábado, 30 de dezembro de 2006

Preparar, apontar... fogo!

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Logo em seus primeiros dias de Alemanha, a Eliane aproveitou uma rara tarde de sol do gelado outono alemão para conhecer um pouco melhor a cidade de Bonn. Após uma longa caminhada às margens do rio Reno, ela seguiu em direção à Universidade de Bonn e acabou encontrando dois antigos canhões. Estive dezenas de vezes a alguns metros de lá, mas nunca os havia visto.

Então, quando retornávamos de um passeio em Bad Godesberg rumo à pensão onde moramos, a Eliane me propôs visitar os canhões de Bonn. Mesmo cansado e com sono, ignorei o frio e aceitei a proposta. Desembarcamos na estação da universidade e logo estávamos tirando fotos junto aos canhões. Como não havia muita gente por lá, aproveitamos para tirar fotos em poses divertidas.

Legenda: nem Napoleão Bonaparte teria saído melhor na foto (risos)

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

Godesburg: o 1º de uma série de castelos

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Há sempre uma primeira vez para tudo. E minha primeira vez em um castelo foi no último sábado (23.12.06) antes do Natal. Desde que minha esposa chegou à Alemanha, no final de novembro, posso garantir que este foi nosso dia mais proveitoso.

Fazia 5ºC quando partimos ao Aeroporto Internacional de Colônia/Bonn, às 5h30, para acompanhar um amigo, da pensão onde moramos, que retornava à Espanha. Tínhamos dormido apenas três horas naquela noite, mas não nos faltou ânimo para aproveitar o dia (Carpe Diem).

Depois de um café preto e forte do Burger King – ruim, não recomendo – e das devidas despedidas, deixamos o aeroporto por volta das 9h, rumo ao centro de Bonn. Almoçamos no McDonald's enquanto decidíamos o destino de nossa visita. Optamos, então, pelo charmoso bairro de Bad Godesberg – sugestão que consta no Guia Visual da Folha de S.Paulo, sobre a Alemanha.

Nos dirigimos à estação central e pegamos o primeiro metrô que seguia na direção de Bad Godesberg. Como desembarcamos no ponto errado, tivemos de fazer uma longa caminhada até a região central do bairro. A bela paisagem, com o Castelo de Godesburg encravado num morro no centro daquela comunidade, fez valer a caminhada.

Antes de subir o morro para conhecer o pequeno castelo, aproveitamos o último dia da Feira de Natal de Bad Godesberg. Tomamos um chocolate quente com Amareto (Heiß Kakao mit Amaretto), para esquentar, enquanto assistíamos a um quarteto de saxofonistas. Detalhe: um grupo de bolivianos, com suas músicas e instrumentos indígenas, atraíam mais espectadores que os músicos alemães.

Enfim, tomamos o caminho do castelo, uma construção do século 11. A data já não me surpreende mais, pois não faltam construções antigas na Alemanha. O castelinho tem uma torre de 32 metros e, hoje, abriga um pequeno hotel e um elegante restaurante. Do alto do morro foi possível ter uma bela vista da cidade, mas para ser sincero, eu esperava mais de Godesburg.

A Alemanha possui uma grande quantidade de castelos e, tenho certeza, Godesburg se trata de um dos menores e menos atrativos. Espero conhecer, daqui para a frente, muitos outros, inclusive o mais fotografado do mundo, o Castelo de Neuschwanstein.

Legenda: o Castelo de Godesburg, do século 11, tornou-se hotel e restaurante

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

Vivendo intensamente cada dia

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Digo a vocês: existe muitas formas de conhecer a Alemanha sem gastar dinheiro, uma delas é – sem auto-promoção – lendo o Blog do LF. Por isso, tenho de me desculpar com o nobre leitor por passar sete dias sem atualizar meu blog. Gostaria de esclarecer, no entanto, que não o fiz por problemas técnicos (do computador da pensão onde moro) e por pura falta de tempo.

De qualquer forma, tenho feito um registro diário de nossas atividades – minhas e da Eliane – nesses últimos dias de 2006, aqui na Alemanha. Especialmente desde o último sábado (23.12.06), temos vivido cada instante intensamente. Visitamos castelos, conhecemos um belo parque, aproveitamos os últimos dias das feirinhas de Natal, fomos à igreja, acompanhamos um grande amigo ao aeroporto.

Iniciamos o sábado acompanhando um grande amigo, o espanhol Vicent Estruch, ao Aeroporto Internacional de Colônia/Bonn. Nesses três meses de Alemanha, estive vivendo em um pequeno quarto de pensão, sempre com o amigo Vicent no quarto ao lado. Aprendi muito sobre a Espanha com o doutorando em Ciências da Computação, que retornou a Valência.

A partir da despedida no aeroporto, estarei transcrevendo para o Blog do LF minhas anotações dia-a-dia até o final do ano. Reforço o convite para que os caros leitores acessem o blog nos próximos dias, pois temos (e Eliane e eu) muito a compartilhar. Aguardando a neve chegar, desejo desde já um feliz ano novo a todos.


quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

Saudades do Galvão Bueno, quem diria!

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Quando se está longe de casa, dos familiares e amigos, da cidade de origem (Pato Branco no meu caso), das comidas típicas, dos animais de estimação, dos livros em português, dos programas preferidos, entre tantas coisas, é inevitável sentir saudades. Eu só não esperava sentir falta das locuções de Galvão Bueno.

A primeira vez que senti saudade das transmissões "globais" na voz de Galvão foi na Fórmula 1. Na Alemanha temos de nos esforçar para não trocar de canal, mediante a falta de vibração dos locutores germânicos. A segunda vez que nosso narrador mais famoso fez falta foi, sem dúvida, na final do Mundial Interclubes, com o Internacional (de
Perdigão e Renan) campeão – como todos sabemos.

Quando Adriano anotou o gol do título para o Inter, enquanto ouvia o grito do locutor da tevê francesa, ficava imaginando como seria a
narração de Galvão Bueno. A curiosidade foi tanta que, na segunda-feira (18.12.06) seguinte à conquista colorada, busquei os vídeos dos melhores momentos na internet.

Encontrei no You Tube não apenas trechos da transmissão da Globo, mas também o gol do título nos microfones das rádios
Gaúcha e Guaíba. Todas narrações de altíssimo nível, inclusive a do canal pago Sportv. E para saciar minha curiosidade, ainda recebi por email gols do Inter (no Mundial) em espanhol e em japonês, esta muito peculiar.

Bairrista que sou, não poderia deixar de assistir ao
gol de Alexandre Pato na semifinal do Mundial, contra o Al Ahly – que não pude acompanhar por estar trabalhando. Depois do grande goleiro Rogério Ceni e do astro Zezinho, Alexandre é o terceiro jogador a colocar Pato Branco no mapa do futebol brasileiro.

ßlog do LF
Qual narração você achou mais emocionante?
(Deixe sua opinião em "comentários")

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Inter campeão mundial: eu torci também

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Manhã de domingo. Era 11h40 no horário oficial da Alemanha quando um amigo espanhol bateu à porta de meu quarto, trazendo-me as boas novas. "Luiz, está passando a final do Mundial, mas não conseguimos aumentar o tamanho da tela", disse Vicent. Que alegria! Nos dias anteriores ao confronto entre Internacional e Barcelona, eu tinha buscado, sem sucesso, informações sobre um canal alemão que transmitisse a final.

Lavei o rosto, coloquei uma blusa e, três minutos depois estava na sala de vídeo para assistir à partida – minha esposa (Eliane) chegou instantes depois para, comigo, torcer pelo Inter. Para minha frustração, Vicent e o colega de trabalho Alexandre Schossler, gaúcho e fanático pelo Grêmio, haviam encontrado um mosaico da tevê francesa por assinatura, equivalente à Sky, e não um canal aberto.

Sem outra opção – não conhecíamos nenhum assinante da Globo Internacional e os bares naquela hora certamente estavam fechados – puxamos os sofás para bem próximo do televisor e tratamos de assistir ao jogo no mosaico mesmo, com narração em francês. Na tela de aproximadamente 9cm x 12cm, lado a lado com outras 20 do mesmo tamanho, só conseguíamos ver a bola no replay das jogadas.

Sou palmeirense e minha esposa corintiana, mas naquele momento éramos Internacional "desde criancinha", para insatisfação dos dois amigos que torciam pelo Barça, um por ser espanhol e o outro que, como bom gremista, secava o colorado. No ano passado torci pelo São Paulo em função do conterrâneo Rogério Ceni (natural de Pato Branco), desta vez fiz o mesmo a favor do jovem Alexandre Pato (Alecsander Patô na voz do locutor francês).

A partida se encaminhava para o final, já sem Pato em campo. Minha preocupação aumentava porque, como sabemos, o goleiro Clemer não é nenhum Dida ou Marcos na hora de pegar pênaltis. De repente, impedidos de ver a jogada pelo tamanho mínimo do mosaico, surge um eufórico gol do locutor francês, aparentemente feliz e parecendo não acreditar no feito colorado.

Minha esposa e eu gritávamos gol também sem acreditar. O Inter repetia o feito do São Paulo de Telê Santana ao derrotar o poderoso Barça no Mundial Interclubes. Nesta segunda-feira (18/12), fui mais cedo à Deutsche Welle e, no You Tube, pude ver os lances da honrada e merecida vitória gaúcha. O Inter venceu sem estrelas, sem craques, sem o salário do Ronaldinho, mas com um conjunto de muita garra e a vontade.

Com o espírito colorado do último domingo, a Seleção Brasileira teria vencido a última Copa do Mundo de goleada. Sofri torcendo pelo Inter, limitado a um mosaico com locução em francês, mas valeu a pena. Enfim, o Internacional fez jus ao nome que carrega, enchendo nós brasileiros de orgulho. Parabéns.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Museu do Chocolate, uma delícia

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Esta semana tive um "dificílimo" dia de trabalho. A Deutsche Welle organizou uma visita conjunta – com as redações on-line e de rádio de várias línguas – ao Museu do Chocolate (Schokoladen Museum), em Colônia. Na Alemanha há uma oferta muito grande de museus e, na dúvida, optar por chocolate é sempre uma boa idéia.

O Museu do Chocolate está muito bem localizado às margens do rio Reno, possibilitando uma bela vista da cidade para quem está do lado de dentro do prédio. Não se trata de um grande museu, porém, a estrutura é suficiente para deixar o visitante bem informado sobre todas as etapas da produção do chocolate.

A reportagem da DW foi dividida e, para minha sorte, nossa guia era de São Paulo capital. Na dúvida, fazia meus questionamentos em português, o que facilitou o trabalho. Após as devidas explanações acerca das variedades de cacau, dos maiores exportadores e do surgimento do chocolate – consumido primeiramente por maias e astecas –, chegamos enfim à produção.

A fábrica suíça Lindt, que lida com o cacau há mais de cem anos, produz uma pequena quantidade de chocolate dentro do museu, possibilitando ao visitante ter uma idéia sobre o processo de fabricação. A mesma empresa mantém em pleno funcionamento uma fonte de chocolate, de onde o produto jorra para o deleite dos turistas. Provei "da nada cristalina fonte", lamentando ser permitido apenas a funcionários chegar próximo a ela.

Tirei muitas fotos, registrando cada momento. No final da jornada passei na loja da Lindt (ainda dentro do museu) para conferir os diferentes tipos de chocolate – todos caros, lógico. Deixei o Schokoladen Museum convicto de que há museus maiores, mais famosos e com ricos acervos. Nenhum, entretanto, é mais gostoso.

Legenda: A fonte de chocolate, com a cidade de Colônia ao fundo

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

De Bonn a Frankfurt de trem

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Na quinta-feira passada (30.11), acordei cedo e às 6h30 já estava na Estação Central de Bonn, aguardando o trem para Frankfurt. O vôo de minha esposa chegaria somente às 14h, mas queria estar o quanto antes no aeroporto. Entre um gole e outro de café, já com as passagens na mão, procurava me aquecer numa fria manhã de 6ºC.

Esperava o trem, que atrasaria em cinco minutos (coisa rara), enquanto conferia os bilhetes de passagem. De Bonn teria de descer na estação de Koblenz e pegar outro trem para Frankfurt, sempre de RE (Regional Express), uma das opções mais baratas. Viajando boa parte do percurso às margens do Reno, contemplava a bela paisagem de inverno (ainda sem neve), os pitorescos vilarejos, alguns castelos no topo dos morros, embarcações com todo tipo de carga nos rios, escuridão... com certa freqüência o trem cruzava por um túnel!

"Möchten Sie gern einen Kaffee?", perguntou-me o funcionário da Deutsche Bahn (DB), que passava servindo os passageiros. Não quis o café, mas comprei um chocolate (Schokolade). Depois de passar por Mainz, cidade que se destaca pela produção de vinho branco, a estação do aeroporto de Frankfurt – antes da estação central da cidade – era anunciada. Cheguei na "capital financeira" da Europa às 10h35.

Lembrei-me da primeira vez que estive no gigantesco Aeroporto de Frankfurt, em 28 de setembro deste ano, no meu desembarque na Alemanha. Às 14h é confirmado o desembarque do vôo 8740 da Varig, que nunca cancelou ou atrasou vôos nessa rota, embora a crise interna na companhia. Às 14h30 revejo a Eliane, após dois meses de muita saudade. Desde então, aproveitamos juntos cada momento de folga (no meu estágio) para estudar alemão e visitar um novos lugares na Alemanha.

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Foto do mês (novembro)

Exatamente nesta quarta-feira (29.11.2006), o Blog do LF completa dois meses na ativa, com sucessivas matérias reportando curiosidades sobre a Alemanha. Veja o exemplo da foto do mês de novembro: um modesto carro alemão estacionado sobre a calçada. Algo absolutamente permitido na Alemanha, mas que no Brasil valeria alguns pontos na carteira do motorista e guincho para o veículo. São inúmeras as diferenças entre os dois países também no trânsito, assunto que espero abordar em dezembro.

Encerro o mês hoje, de trabalho na Deutsche Welle e de blog. Parto para buscar minha esposa (Eliane) no aeroporto de Frankfurt, nesta quinta-feira. Retorno ao trabalho na segunda-feira, certamente com novas notícias para os prezados leitores.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Garota de Ipanema nas ruas de Bonn

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Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe,
A beleza que não é só minha,
Que também passa sozinha.


Sim, sentia-me tão sozinho nos primeiros dias de Alemanha. Sem minha esposa, sem familiares, sem amigos, contemplava a beleza da arquitetura alemã no centro de Bonn, no meu primeiro final de semana no país. Estava contente pela realização de um sonho, porém entristecido pela distância daqueles que tanto quero bem.

Porém, num piscar de olhos me senti tão perto do Brasil. Escutara exatamente esse mesmo trecho de "Garota de Ipanema" – música de Tom Jobim mundialmente famosa –, muito bem tocado, em violão, por um músico de rua. A partir daquele momento, comecei a prestar mais atenção na atuação dos inúmeros músicos que tocam nas ruas da cidade para complementar a renda mensal.

A cada novo passeio, novos músicos, vindos principalmente da Rússia e dos países do Leste Europeu para tentar melhor sorte na rica Alemanha. Natural da Polônia, um deles tocava Vivaldi com sua gaita (sanfona) em frente a uma estátua de Beethoven, filho mais ilustre de Bonn. Uma "heresia", perdoada pela primazia com a qual ele tocava as "Quatro Estações".

A proximidade do inverno espantou os músicos das ruas, para meu lamento e para o deles também. Não são poucas as pessoas que contribuem com moedinhas, alguns ainda compram os CDs desses músicos profissionais – correto, porque vivem daquele ofício. O outono alemão corresponde ao inverno no Sul do Brasil, por esse motivo as ruas ficam cada vez mais vazias.

Não gostei de saber que o Estado da Renânia do Norte-Vestfália proíbe por lei qualquer tipo de instrumento musical nas ruas, embora dê autonomia de decisão às cidades. Assim sendo, a Prefeitura de Bonn optou por permitir, cobrando de cada músico uma taxa de 10 euros por uma autorização de dois dias. São apenas três exigências: mudar de ponto a cada 30 minutos, não utilizar amplificadores e tocar somente das 6 às 22 horas.

Legenda: músico polonês e sua gaita. Muito Vivaldi na terra de Beethoven
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sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Dinheiro bem investido faz a diferença

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O que faz o dinheiro quando bem investido, não? Digo isso porque ainda não me cansei de elogiar a infraestura e a organização da Alemanha. O país é dono da terceira economia mais rica do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e Japão, e isso se reflete no dia-a-dia das cidades alemãs.

Para tentar explicar as diferenças entre Brasil e Alemanha, quando o assunto é transporte coletivo, é interessante fazer um paralelo entre duas localidades. Vou tomar a cidade onde moro como exemplo. Bonn tem pouco mais que 300 mil habitantes, o que equivale à população de Ponta Grossa, que convenhamos: é considerada uma boa cidade para viver.

Bonn possui metrô – com linhas interligando a ex-capital da Alemanha às cidades próximas, como Colônia –, bondes modernos (que dividem as ruas com os carros) e linhas de ônibus para todos os cantos da cidade. Tudo interligado e eficiente, com raros atrasos. Para completar, a cidade conta com uma estação ferroviária (trens de passageiros) e divide um aeroporto internacional com Colônia.

Talvez seja injusto comparar Ponta Grossa a uma ex-capital, então que a comparação seja feita com Brasília. Estive lá uma vez e posso garantir, fica muito aquém de Bonn no transporte público. Tenho certeza que se o dinheiro de nossos impostos fosse bem investido, ou melhor, se todo ele fosse investido – temos de levar em conta a corrupção – o Brasil seria mais rico, organizado e o povo viveria melhor. Saber que Maluf e Collor foram eleitos para deputado federal e senador, respectivamente, faze-me perder a fé.

Legenda: estação central (Hauptbahnhof) de Bonn. Linhas de metrô até para as cidades próximas
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"Paguei mico" em supermercado alemão

Quando ainda estava no Brasil eu gostava de imaginar como seria a vida na Alemanha. Uma coisa é ler a respeito de outro país, assistir a um documentário ou mesmo ouvir de quem já passou por tal experiência; outra é ver com seus próprios olhos. Entre tantas coisas, ficava pensando como seria um supermercado na Alemanha.

Fui pela primeira vez a um supermercado alemão com um colega de trabalho, também jornalista, que mora em Bonn há mais de um ano. Cheguei à conclusão que com quatro dicas básicas é possível não cometer gafes nos mercados daqui, assunto que rendeu uma matéria no site da Deutsche Welle (clique aqui).

E uma dessas dicas é sobre as garrafas retornáveis. Na Alemanha as garrafas plásticas e as latinhas também têm retorno, ou seja, custam uma certa quantia – como as garrafas de cerveja no Brasil. Na devolução de uma embalagem pet de água (1,5 litro), por exemplo, você recebe 25 centavos de euro.

Geralmente há máquinas automáticas onde as embalagens retornáveis devem ser inseridas. Você deve colocá-las na máquina e, então, pressionar um botão usualmente verde para receber um ticket de reembolso no valor correspondente ao número de embalagens. Em minha segunda ida ao mercado, esqueci-me do bendito botão. Já estava revoltado com a máquina, que não me entregava o ticket, quando um alemão tomou minha frente e, bravo, apertou o botão. Durante o tempo de minha desnecessária espera se formou uma fila de três ou quatro pessoas. "Autus mico"!

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Vai um cigarrinho aí?


Em pouco mais de um mês de "Blog do LF na Alemanha", muitas coisas boas escrevi sobre o país. Declarei que a segurança é o que mais me impressiona, mas a seriedade política, o combate à desigualdade social, os investimentos em educação e a organização e limpeza das cidades têm de ser elogiados.

O que não dá para engrandecer é a "paixão" alemã pelo tabaco. Longe de mim qualquer preconceito, porém, é preocupante ver tantos jovens (que são poucos no país) fumando com a maior naturalidade. Um dia desses, aguardava o ônibus para ir ao trabalho e reparei num pequeno grupo de estudantes, na faixa etária entre 16 e 18 anos. Estavam em sete pessoas e apenas duas não fumavam – porque comiam algo.

Não acredito que aqueles jovens fumassem escondidos dos pais, até porque entre os mais velhos o cigarro – e também o cachimbo – é um "amigo" para toda hora. Exagero da minha parte? Creio que não, caso contrário não haveriam tantas máquinas automáticas de cigarro espalhadas pelas ruas das cidades para sustentar o vício alemão.

Não é preciso mais que alguns dias no país para perceber que os alemães fumam demais. São criticados por isso até por outros países membros da União Européia. A campanha anti-fumo adotada no Brasil é de "primeira linha" e deveria ser copiada aqui na Alemanha.

Legenda: típica máquina automática de cigarro na Alemanha. Basta colocar as moedinhas e escolher a marca preferida.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Comunidades do Orkut apóiam brasileiros

Já escrevi algumas matérias sobre o Orkut. Sou um usuário dessa rede de relacionamentos e fundador das comunidades "Dois Vizinhos", "Itapejara D'Oeste" e "Igreja Metodista Pato Branco". Infelizmente, de um tempo para cá perdi o interesse pela "coisa" devido ao "besteirol" quilométrico que uma nação de desocupados anda publicando por lá.

Entrei no Orkut quando ele tinha pouco mais de dois milhões de usuários. Hoje tem mais de 32 milhões, ou seja, gente de mais escrevendo algo interessante de menos. Mesmo assim, redigi outra reportagem sobre o Orkut, publicada na página da Deutsche Welle.

Percebo que os brasileiros que vivem aqui na Alemanha têm utilizado, cada vez mais, o Orkut para encontrar seus compatriotas, para fazer novos amigos e para pedir todo tipo de informação. Eu pedi dicas sobre a Alemanha antes de embarcar e posso garantir: recebi boas informações. Para quem vai viajar ao exterior, vale a pena entrar na comunidade da cidade de destino (no meu caso foi Bonn) e contactar brasileiros que vivam nela.

Minha matéria leva o título Comunidades do Orkut apóiam brasileiros que chegam à Alemanha . O assunto é interessante e, creio eu, rende uma boa leitura (link abaixo).

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Uma feira de domingo em Bad Honef













No último domingo (05.11.06) fez frio e o sol não deu o "ar de sua graça" em Bonn. Tinha me programado para conhecer a famosa Catedral de Colônia, mas conclui que tal visita era merecedora de um céu azul – independente da temperatura. Convicto de que o melhor a fazer era dar um passeio, deixei a pensão rumo ao centro de Bonn, que já conheço decor.

Aguardei na estação por dois minutos até surgir o primeiro metrô, linha de número 66 (sechs und sechzig) rumo a Bad Honef, uma pequena cidade balneário vizinha a Bonn. "Por que não?", pensei. Cerca de 20 minutos depois, deixando o calor confortante do metrô, desembarcava no gelado vilarejo às margens do rio Reno. Não costumo carregar termômetro comigo, mas arrisco que fazia 8ºC naquele meio-dia.

Sem portar algum mapa comigo, segui o fluxo de pessoas – certo delas serem visitantes como eu. Todos iam na mesma direção, espalhados, e eu percorria o caminho dos demais. Com 15 minutos de caminhada, cheguei ao que julguei ser o centro de Bad Honef. Para minha agravável supresa, encontrei lá uma feira em pleno domingo, com: comidas típicas, barracas de presentes, bancas com roupas de frio, músicos tocando em troca de algumas moedinhas e muita gente.

Finalmente, lá vi um aglomerado de casas em estilo enxaimel, típico da Alemanha – tal qual a imagem que lhe veio à cabeça, nobre leitor. Em cidades cosmopolitas, como Bonn, a cultura alemã se confunde em meio a tanta "estrangeirice". E, naquele cenário bem alemão de Bad Honef, experimentei o glühwein (vinho quente em alemão), preparado com tinto seco. Uma boa pedida numa agradável tarde fria.

Cheguei lá ao meio-dia pensando em retornar uma hora depois. Voltei às 15h com vontade de permanecer por mais tempo. As feiras de domingo de Bad Honef você não encontra nas revistas de viagem e turismo, porém, garanto que o "pouco" (se comparado com Colônia, por exemplo) que esses vilarejos têm a oferecer vale a pena. Bad Honef também é merecedora de um belo céu azul.


Músico toca harpa (foto) em troca de moedinhas, na feira de domingo de Bad Honef

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Foto do mês (outubro) - biblioteca de rua

Achei interessante inaugurar quadro "Foto do mês" no Blog do LF. Ao fim de cada mês vou publicar uma foto que tenha me causado boa e grande impressão, geralmente uma curiosidade alemã, como essa biblioteca de rua (foto). Chama-se Bürgerstiftung Bonn ou Books Outdoor (em inglês) e fica na rua mais charmosa da cidade, a Poppelsdorfer Alle. Não tem chave nem cadeado, as pessoas pegam os livros emprestados e os devolvem quando quiserem. Se o sujeito gostou muito de um determinado livro, devolve outro no lugar daquele e pronto. A ausência de vandalismo permite o sucesso da iniciativa, que tem até site (confira no link abaixo).

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Segurança na Alemanha: não tem preço

No último sábado (28.10.06) completou um mês desde minha vinda à Alemanha. Lembro-me com detalhes da despedida no aeroporto em Curitiba, da chegada no gigantesco aeroporto de Frankfurt, do trem bala que peguei para vir até Bonn. Quando se fala inglês, não há como se perder tanto no aeroporto como nas estações ferroviárias.

Ao todo, tinha estudado alemão por cerca de dez meses, os últimos seis antes da vinda fiz um curso intensivo. Por esse motivo, fiquei triste ao não conseguir entender o que os alemães diziam, embora quem está aqui há mais tempo garanta que é assim mesmo: "você tem de treinar o ouvido", afirmam. A adaptação ao idioma prossegue, com paciência vou aprendendo, mas a adaptação cultural tirei de letra.

Antes da viagem, li muito sobre a Alemanha, fato que me ajudou com a adaptação à cultura local. Foi a primeira vez que deixei o Brasil (já estive em Cidade de Leste, mas não conta) e, nesse caso, é inevitável o chamado "choque cultural". As diferenças são tantas que geram um misto de espanto e deslumbramento, algo possível de superar em uma semana. Depois de um tempo, aquelas coisas que antes eram tão diferentes começam a parecer normais. Um exemplo disse é a comida: "você se acostuma", me disseram.

Prefiro escrever um artigo só para o "comis e bebis" (desculpem-me o jargão) alemão. Também não vou perder tempo falando que o povo alemão é "frio", simpático bem aquém de nós brasileiros, porque isso todo mundo já sabe. Nos últimos dias, tenho tentado encontrar algo de (bem) negativo na Alemanha para contar a vocês, porém me vem à cabeça a realidade brasileira e tudo aqui volta a ser "perfeito".

Um dia desses ouvi perguntarem a uma colega estagiária aqui da Deutsche Welle, chamada Cristiane Vieira, o que ela mais gosta na Alemanha. "Segurança", respondeu sem titubear a mineira de Belo Horizonte. Faço minha as palavras dela. Embora eu venha de uma cidade pequena, onde a criminalidade ainda não está entre os maiores problemas, conheço a lamentável realidade dos grandes centros urbanos brasileiros. Sentir-se seguro, sem o risco de assalto, não tem preço. Apenas para exemplificar, Bonn (mais de 300 mil habitantes) é mais segura que Itapejara D'Oeste (10 mil habitantes) – de fé!

Outubro de 2006 foi o mês mais interessante de minha vida, foram 31 dias de grande aprendizado, de descobertas, de crescimento intelectual e cultural. Passar um tempo no exterior proporciona a isso a qualquer um, sou apenas mais um dentre tantos que já tiveram tal oportunidade. Por isso digo que vale a pena passar por isso enquanto se é jovem. Se você é filho de rotariano ou tem outros meios de conseguir um intercâmbio ou bolsa de estudos no exterior, aproveite. Fico feliz em poder compartilhar essa minha experiência com os leitores do Blog do LF e do Jornal de Beltrão.

sexta-feira, 27 de outubro de 2006

O Mundo é pequeno demais!

Já contei a vocês que a Deutsche Welle é uma empresa que produz conteúdo jornalístico da Alemanha para o mundo, com sede em Bonn e com o setor televisivo em Berlim. Só não contei que na hora do almoço, todos os brasileiros que trabalham aqui se reúnem para comer juntos.

Num desses almoços, na minha primeira semana no país, os colegas brasileiros quiseram saber de onde eu era, o que fazia no Brasil, aquele "questionário" básico. Quando falei que vinha de Pato Branco, uma senhora chamada Rosa Helena Ziskoven disse: "eu conheço Pato Branco". "Como o mundo é pequeno", pensei.

Rosa mora há 34 anos na Alemanha e nos últimos 15 anos esteve trabalhando na Deutsche Welle. Ela se enquadra naquele grupo de pessoas que deixou o Brasil para nunca mais voltar – senão para rever parentes. E justamente por esse motivo, para visitar um primo, que em 1992 ela esteve em Pato Branco, Sudoeste do Paraná, cidade com cerca de 70 mil habitantes.

Para concluir, Rosa é prima do médico Antônio Maciel Freire, urologista da Policlínica Pato Branco, que merece sinceros parabéns pelo profissionalismo com o qual aquele hospital é conduzido. Antônio Freire também é presidente da Academia de Letras e Artes de Pato Branco, a qual meu amigo e ex-colega de jornalismo, Rubens Camargo, também é membro. Logo, o mundo é pequeno demais.

Rosa, prima do médico pato-branquense Antônio Maciel Freire, em sua mesa na Deutsche Welle

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Hipermercado e pagamento com cartão de crédito

No sábado passado (21.10.06) fui ao Toom Markt, um hipermercado que aceita cartão de crédito, a pouco mais de 500 metros da pensão onde estou morando. Coisa difícil de encontrar na Alemanha: mercado que trabalhe com cartão de crédito e, ainda por cima, grande.

Qual cartão é mais aceito, X ou Y (não vou fazer propaganda)? Na Alemanha o mais aceito é o cartão de débito dos bancos locais. Quem não tem um precisa pagar em dinheiro "vivo" e em quase todos os mercados é assim. Para que eu possa receber o salário deste mês, tive de abrir uma conta corrente no Sparkasse Bank (que significa Caixa Econômica). O cartão desse banco é mais aceito que os cartões das operadoras X e Y, para desespero do cliente estrangeiro.

Com exceção desse Toom Markt, que em tamanho lembra os hipermercados da rede BIG aí do Brasil, todos os demais mercados que encontrei são pequenos. A título de comparação, bem menores que o Ítalo de Francisco Beltrão e o Patão de Pato Branco. Eu, particularmente, prefiro os estabelecimentos que ofereçam boa variedade e preço bom. Os alemães, não consigo entender o motivo, preferem esses mercados pequenos e com pouca oferta de produtos.
Um típico mercadinho alemão, daqueles que não aceitam cartão de crédito

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Uma prosa sobre a cidade natal de Beethoven

Bonn está entre as cidades mais antigas da Alemanha. Foi fundada pelos romanos em 11 a.C, mas grande parte do mundo ouviu falar dela, pela primeira vez, em 10 de maio de 1949. A partir dessa data Bonn passara a ser a capital da República Federal da Alemanha, título perdido no início da década de 90, com a reunificação do país. Hoje a cidade mantêm alguns ministérios e é sede de grandes coorporações, como a Deutsche Post (correio alemã), porém o mais importante: continua sendo (e sempre será) a cidade natal de Ludwig van Beethoven.

Exato! O ultra famoso compositor nasceu aqui em dezembro de 1770. Foi batizado no dia 17 e, por pressuposto, nascido no dia anterior. Viveu até seus 22 anos em uma casa erguida em estilo barroco, que hoje abriga o Beethovenhaus – um museu com acervo relacionado à obra do compositor. Estive lá pela primeira vez em 1º de outrobro, dia de eleições aí no Brasil, e espero retornar para fazer uma visita mais prolongada.

É impossível não lembrar que Beethoven nasceu aqui, já que muita coisa carrega o nome do compositor, como: cartões postais, eventos culturais, estações de metrô e ônibus, ruas... Andando pela cidade, acabei encontrando um lugar chamado Beethovenhalle Bonn, um anfiteatro (não sei se municipal) com bela praça ao redor. O mais legal daquele lugar é tirar foto junto ao "busto" de Beethoven, o que fiz depois de ver uma dúzia de japeneses fazendo. A obra do escultor Klaus Kammerichs, de 1986, foi baseada no mais conhecido retrato do famoso músico, pintado em 1819 por Karl Josef Stieler.


Quem vem visitar Colônia deve separar pelo menos um dia para conhecer a cidade de Beethoven. E se puder tirar uma foto ao lado da escultura do compositor, melhor ainda. No meu caso, o timer da máquina digital ajudou.

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Blog do LF divulgado pela Embaixada da Alemanha

Este mesmo blog, que a cada dia novos nobres leitores passam a acompanhar, está sendo divulgado pela Embaixada da Alemanha em Brasília. A Newsletter (nº 35) da embaixada reporta, entre outros assuntos, meu estágio na redação on-line de língua portuguesa da Deutsche Welle e apresenta link para o Blog do LF.

Quem quiser conferir o que foi publicado pode fazê-lo acessando o link ao final da matéria. Também é possível acessar os sites da Deutsche Welle e da Embaixada da Alemanha em Brasília em box no lado direito deste blog. Vale um agradecimento à jornalista Cecilia Rezende, do Departamento de Imprensa da Embaixada da Alemanha em Brasília e ao cônsul Michael Moscovici, do Consulado-Geral da Alemanha em São Paulo.

Alguns dos textos divulgados no Blog do LF já estão sendo publicados pelo Jornal de Beltrão, nas quartas-feiras. Trabalhei no JdeB como repórter por pouco mais de um ano e meio – na sucursal de Dois Vizinhos – e guardo as melhores recordações possíveis do pessoal do jornal.

Foto do lugar onde estou morando, tirada da sacada do meu quarto.

Nota sobre o Blog do LF na Newsletter da Embaixada

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Na Alemanha taxista ama Mercedes

A confissão que vou fazer pode parecer coisa de pobre, mas como também não sou rico não tem problema: "a primeira vez que andei em um Mercedes foi aqui na Alemanha". Tinha acabado de chegar de Siegburg, onde desembarquei do trem bala, a uma estação de metrô em Bonn chamada Konrad Adenauer, que leva o nome do primeiro chanceler alemão após a Segunda Guerra Mundial. Precisava de um táxi e andei por quase 500 metros, com duas malas de quase 32 kg cada, até encontrar um. Mercedes, é claro.

Após a última Copa do Mundo, o apresentador Amaury Jr. lançou um livro com dicas sobre a Alemanha. Em seus escritos consta que todos os táxis no país são Mercedes, o que não trata-se de uma verdade em absoluto. A minha conta não é exata, mas dos primeiros cem táxis que vi circulando aqui em Bonn, apenas cinco não eram Mercedes. Logo, 95% são Mercedes, uma curiosidade para a qual ainda não obtive explicação contundente.

Os táxis têm uma tonalidade bege e todos operam com taxímetro. É normal que se cobre uma taxa por corrida, principalmente nos horários de bandeira "1". A verdade é que muita gente aqui passa meses sem precisar de um, porque o transporte coletivo é eficiente, pontual, limpo e dificilmente lotado.


Um taxista, com seu Mercedes, sendo multado por policiais alemães. Aqui deu bobeira é multa!

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

O Estado mais populoso da Alemanha

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Achei interessante situar você leitor sobre o lugar de onde escrevo. Bonn (312 mil habitantes) fica ao Sul do Estado mais populoso da Alemanha, a 'Renânia do Norte - Vestfália' (Nordrhein - Westfalen), com pouco mais de 18 milhões de habitantes e área de 34.083,52 km². A capital é Düsseldorf (580 mil habitantes), mas a maior cidade é Colônia (Köln - quase um milhão de habitantes).


A Renânia do Norte - Vestfália consiste em cinco regiões administrativas, divididas em 31 distritos (grupos de pequenos municípios) e 23 cidades independentes, geralmente com mais de cem mil habitantes, que não pertencem a nenhum distrito. O sistema de governo alemão é parlamentarista, logo, cada um dos 16 Estados (Bundesländer) tem seu ministro-presidente, que equivale ao cargo de governador no Brasil.

O Estado faz fronteira com Holanda e Bélgica, a Oeste. Além de Düsseldorf, Colônia e Bonn, outras cidades importantes da Renânia do Norte - Vestfália são Dortmund, Essen, Duisburg e Aachen. No mapa, você encontra Bonn ao sul da área em roxo, na região Oeste. Frankfurt, onde desembarquei, fica no Estado de Hessen.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Um passeio à beira do Reno

Quase todos os dias da semana eu cruzo a Kennedy Brücke (principal ponte da cidade), sobre o Reno, para ir ao trabalho, de segunda a sexta, ou mesmo para passear no centro de Bonn, nos finais de semana. No último domingo (8 de outubro) resolvi imitar um dos passatempos favoritos dos alemães: caminhar pela margem do rio Reno (foto). Da ponte até a Deutsche Welle são cerca de três quilômetros, que compensam pela paisagem e pela tranqülidade.

O rio Reno é o maior da Alemanha, navegável em grande parte de seus com 1.320 km. Nasce nos Alpes suíços e atravessa Áustria, Liechtenstein, França e Holanda, além do país em que estou morando, antes de desaguar no Mar do Norte. Grandes cidades estão situadas no Vale do Reno, entre elas Bonn, Colônia e Düsseldorf, as três localizadas na Renânia do Norte, o Estado mais populoso da Alemanha.

Aqui de Bonn é possível pegar uma embarcação de passageiros rumo a cidades próximas. Comenta-se que o passeio é fascinante, mas é preciso pegar um bom dia de sol, já que costuma ventar bastante no rio. No dia em que a foto foi tirada, foi registrada temperatura mínima de 5ºC e máxima de 12ºC. Estou aproveitando os últimos dias de clima agradável em Bonn, antes do frio chegar pra valer.

sábado, 7 de outubro de 2006

Bonn: a ex-capital da Alemanha Ocidental



















Eu tinha apenas oito anos, morava em Pato Branco (PR), quando aqui na Alemanha, em 1989, movimentos populares pró-reunificação puseram abaixo o Muro de Berlim, símbolo máximo da Guerra Fria – guerra não declarada entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética. Um ano depois, deixavam de existir a República Federal da Alemanha, capitalista, e a República Democrática Alemã, socialista (e ironicamente nada democrática).

O país era um só novamente, agora sob o nome República Federal da Alemanha (Bundesrepublik Deutschland), tendo Berlim como capital. Bonn, ex-capital do lado capitalista, tinha tudo para tornar-se uma cidade "morta", acreditavam muitos alemães. Porém, altos investimentos do governo federal tentam recompensar a perda de prestígio. Hoje Bonn é cidade-sede da ONU (Organização das Nações Unidas), da Deutsche Post (o correio alemão) e ainda mantêm alguns ministérios.

Desde de 28 de setembro estou morando em Bonn e, em todo canto, vejo gente de várias partes do mundo. Por exemplo, moro numa pensão que um dia foi convento e hoje é gerenciada por uma família do Afeganistão. Lá vivem pessoas de no mínimo dez nacionalidades distintas, isso por baixo. A cidade deixou de ser capital, mas manteve o "ar" internacional, cosmopolita. Tudo é muito organizado, limpo e bonito por aqui, creio ser assim no restante da Alemanha. Pretendo escrever ainda muito mais sobre Bonn, já que vou residir aqui no mínimo até 10 de fevereiro do ano que vem. Pretendo ficar por mais tempo.


O prédio da Deutsche Welle em primeiro plano e, ao fundo, a imponente sede da Deutsche Post. O edifício é lindo especialmente à noite, mas os alemães reclamam que a iluminação dele incomoda.

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

Dois primeiros dias de Alemanha

Caros leitores deste modesto porém informativo blog. A Alemanha é muito diferente de nossa realidade no Brasil, há tanta coisa para contar sobre o que vi em apenas dois dias no país. Tudo é muito organizado, pontual, limpo und so weiter... (o etc deles).

Cheguei no final da tarde de ontem em Bonn, antiga capital da Alemanha Ocidental. Hoje vim pela primeira vez à Deutsche Welle (DW), onde estarei estagiando de 2 de outubro a 31 de janeiro de 2006. O prédio, moderno e espaçoso, foi construído para servir aos deputados, mas pouco depois de pronto a capital da Alemanha foi centralizada em Berlim. A Deutsche Welle estava sediada em Colônia, porém, como algumas outras grandes empresas, mudou-se para um dos prédios desocupados após a reunnificação.
Isso e muito mais vou tentar transmitir ao leitor sudoestino, nos próximos meses. Àqueles que aprovam a iniciativa desse blog, que ajudem a divulgar (alemanha-blogdolf.blogspot.com). Peço apenas que desconsiderem os textos anteriores, meramente ilustrativos, e o espaço dos patrocinadores. Até o momento apóiam este blog a faculdade Vizivali, de Dois Vizinhos, a Saafi, a Guepardo e o Colégio Águia, onde fui assessor de imprensa antes de vir à Alemanha.
Passo a passo vou escrevendo sobre a Alemanha (Deutschland), espero que gostem. Espero também que logo vocês possam encontrar esses textos no Jornal de Beltrão, na Tribuna dos Lagos e em outros jornais do Sudoeste.

Na foto um ICE (Inter City Express), ou simplesmente trem-bala. Peguei um desses da estação do Aeroporto de Frankfurt até Sieburg, uma pequena cidade próxima a Bonn. Aquelas são minhas malas.