segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Finalmente, neve em Bonn!

A sexta-feira passada (26.01.07) tinha tudo para ser um dia especial, e foi. Conforme a previsão do tempo vinha anunciando desde a segunda-feira anterior, nevaria também na cidade de Bonn, que está localizada numa das regiões mais "quentes" da Alemanha. Em grande parte do país, a neve vinha caindo há dias.

Fiz plantão para ver a neve chegar. Coloquei o relógio despertar às 8h e nada, apenas céu branquinho e muito frio de lado de fora da pensão. Entre um cochilo e outro, por volta das 10h vi pela janela os primeiros floquinhos caindo. "Eliane! Eu acho que está nevando", gritei, com o sorriso lá na orelha.

Bem agasalhados, ficamos na sacada curtinho a neve, que começava a dar o "ar" de sua graça. A cada minuto que passava a quantidade de flocos aumentava. Saímos em direção ao centro, à pé, enquanto a neve caía. Nevou pouco e em alguns intervalos, isso até às 17h, quando o branco tomou conta da paisagem.

Estávamos retornando de um passeio na Poppelsdorfer Alle, uma das ruas mais charmosas de Bonn, quando começou a nevar com mais intensidade. Em poucos minutos, telhados, calçadas, gramados, carros, quase tudo estava coberto por um belo "tapete" branco. Um lago em Poppelsdorf, que já estava congelado, ficou ainda mais bonito.

Acostumados com a neve desde criança, os alemães pouco se importavam com a mudança na paisagem. E Eliane e eu, bem como muitos turistas vindos de lugares quentes, estávamos fascinados pela beleza da neve. Foi um dia maravilhoso, para não esquecer jamais. A neve vai nos permitir ter recordações ainda melhores da Alemanha.

Legenda: perto da pensão onde moramos nevou mais que no centro, a Eliane que o diga

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

A língua inglesa pode tornar a vida ainda mais imprevisível

Na última segunda-feira (15.01.2007) a Eliane e eu completamos dois anos de casados. A exatamente um ano eu atuava como repórter do Jornal de Beltrão em Dois Vizinhos e nos questionávamos onde iríamos estar dali um ano? Queríamos deixar o Sudoeste em busca de uma nova experiência de vida, porém, a oportunidade de vir à Alemanha não passava pela nossa cabeça.

Tomo meu exemplo profissional para citar como a vida pode ser imprevisível. E posso garantir a cada um de meus leitores que quanto mais se estuda inglês, mais imprevisivelmente bom pode ser o futuro. Digo isso porque, depois da minha formação em jornalismo, o inglês foi de fundamental importância para que eu conseguisse ingressar como estagiário na Deutsche Welle.

Estou aprendendo alemão e, permanecendo no país, estarei fluente em três ou quatro meses. Entretanto, mesmo quem não possui conhecimento algum da língua de Goethe, pode conseguir boas oportunidades no país se dominar o inglês. Foi assim com um amigo da Espanha, que fez parte de seus estudos de doutorado em Bonn e retornou a Valência sem saber pronunciar "Entschuldigung" (desculpa).

Antes de eu vir à Alemanha, um amigo me disse: "acho que vou estudar alemão". Outro amigo, também leitor deste blog, disse que vai largar o inglês para estudar espanhol e italiano. Recomendei a ambos que primeiro aprendam inglês, depois espanhol, alemão, francês, italiano, árabe, mandarim, etc. Para crescer na vida, faça isso e conclua uma faculdade.

A bíblia ensina que não temos o poder de acrescentar um dia sequer em nossas vidas. Já o ditado popular diz que: "o futuro a Deus pertence". De qualquer forma, mesmo sem conhecer o futuro, estudar inglês vai deixar sua vida muito mais imprevisível. Acredite nisso.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Um Natal nas colinas de Königswinter

Com aproximadamente 40 mil habitantes, a pequena e um tanto desconhecida Königswinter tem muito a oferecer a seus visitantes – especialmente se comparada com cidades brasileiras de mesmo porte. De metrô, a cidade fica a cerca de 15 minutos a Sudeste de Bonn (ex-capital da Alemanha), sendo possível ir também também de trem, carro e até de barco (no verão).

Königswinter está localizada às margens do rio Reno e na base de uma cadeia de montanhas, tendo como principal atrativo suas belas paisagens e numerosas trilhas, excelentes para caminhadas. Na cidade há clubes de piscinas, abertos a não sócios, um museu de répteis e um grande aquário (
Sea Life Königswinter), que atrai visitantes de cidades próximas.

Das sete colinas de Königswinter, a mais famosa delas, chamada Pedra do Dragão (Drachenfels) é a que mais me impressionou. Uma
estrada de ferro segue da cidade até o topo da pequena montanha, de 321 metros de altura, onde ficam as ruínas do antigo castelo de Drachenburg, construído em estilo gótico no século 12.

No meio da colina fica novo castelo de
Drachenburg. Imponente, a construção finalizada em 1884 atrai grande número de visitantes, mesmo em dias de frio intenso. Para meu azar – e de minha esposa, que me acompanhou no passeio – o schloss (castelo) é fechado nos meses de dezembro e janeiro.

Mesmo sem poder transpor os muros do castelo, o passeio no dia de Natal foi realmente agradável. Ver os galhos das árvores congelados em uma tarde de frio que nem as serras gaúcha e catarinense conhecem, não tem preço. A bela paisagem do lugar merece uma visita sem pressa.


Legenda: na Pedra do Dragão no dia de Natal. Se tivesse garoado era neve na certa.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

"Programa de Índio" em Bornheim e incêndio em Bonn

A véspera de Natal ("Heiligabend" em alemão) foi gelada por aqui. Não nevou em Bonn, mas a temperatura não passou de 2ºC. Um intenso nevoeiro cobriu a cidade durante todo o dia, tornando a paisagem um tanto sinistra, com uma peculiar beleza.

Como se diz no Brasil, era um dia típico para não sair de baixo das cobertas. Mesmo assim, partimos pela tarde, a Eliane e eu, para conhecer a pequena (porém turística) Brühl. Devido à névoa, às 15h30 já começava a ficar escuro, o que nos levou a decidir conhecer uma cidade mais próxima.

Entre algumas opções, pegamos um metrô rumo à Bornheim, localizada 20 km ao Sul de Colônia. Quase 50 mil pessoas moram naquela cidade, mas naquela noite de nevoeiro, duvidávamos que mais de 100 pessoas vivessem por lá. Não enxergávamos nada a 30 metros de distância.

Lembrei-me de uma noite em Dois Vizinhos (PR), no início de 2005. Para que a Eliane conhecesse melhor a cidade para a qual havíamos nos mudado, a convidei para tomar um ônibus (popular "lotação") e circular nele até o final da linha. Como se diz o jargão: foi o maior "programa de índio". Senti uma sensação parecida em Borheim.

Retornamos à Bonn e, chateados por não ter visto nada de interessante para contar aos caros leitores, passamos ao lado de um grande número de carros de bombeiros, de viaturas de polícia e de ambulâncias. Na parada seguinte, descemos do ônibus e retornamos ver o que acontecera.

Um incêndio estava destruído uma loja de colchões e ameaçava se espalhar para os apartamentos dos andares de cima. Felizmente o Corpo de Bombeiros de Bonn agiu rápido e em alguns minutos conteve o incêndio. Foi interessante ver a eficiência e o preparo dos bombeiros alemães, dotados de ótima aparelhagem.

Nos entristeceu ver o desespero de uma mulher, que julgamos ser a proprietária, ao chegar ao local e ver seu patrimônio em cinzas, em plena véspera de Natal. Que Deus proteja minha família e a cada um de meus leitores de uma situação tão desagradável como aquela.

Legenda: bombeiros contêm incêndio em loja de colchões no centro de Bonn