sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Garota de Ipanema nas ruas de Bonn

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Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe,
A beleza que não é só minha,
Que também passa sozinha.


Sim, sentia-me tão sozinho nos primeiros dias de Alemanha. Sem minha esposa, sem familiares, sem amigos, contemplava a beleza da arquitetura alemã no centro de Bonn, no meu primeiro final de semana no país. Estava contente pela realização de um sonho, porém entristecido pela distância daqueles que tanto quero bem.

Porém, num piscar de olhos me senti tão perto do Brasil. Escutara exatamente esse mesmo trecho de "Garota de Ipanema" – música de Tom Jobim mundialmente famosa –, muito bem tocado, em violão, por um músico de rua. A partir daquele momento, comecei a prestar mais atenção na atuação dos inúmeros músicos que tocam nas ruas da cidade para complementar a renda mensal.

A cada novo passeio, novos músicos, vindos principalmente da Rússia e dos países do Leste Europeu para tentar melhor sorte na rica Alemanha. Natural da Polônia, um deles tocava Vivaldi com sua gaita (sanfona) em frente a uma estátua de Beethoven, filho mais ilustre de Bonn. Uma "heresia", perdoada pela primazia com a qual ele tocava as "Quatro Estações".

A proximidade do inverno espantou os músicos das ruas, para meu lamento e para o deles também. Não são poucas as pessoas que contribuem com moedinhas, alguns ainda compram os CDs desses músicos profissionais – correto, porque vivem daquele ofício. O outono alemão corresponde ao inverno no Sul do Brasil, por esse motivo as ruas ficam cada vez mais vazias.

Não gostei de saber que o Estado da Renânia do Norte-Vestfália proíbe por lei qualquer tipo de instrumento musical nas ruas, embora dê autonomia de decisão às cidades. Assim sendo, a Prefeitura de Bonn optou por permitir, cobrando de cada músico uma taxa de 10 euros por uma autorização de dois dias. São apenas três exigências: mudar de ponto a cada 30 minutos, não utilizar amplificadores e tocar somente das 6 às 22 horas.

Legenda: músico polonês e sua gaita. Muito Vivaldi na terra de Beethoven
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6 comentários:

Anônimo disse...

Daí LF...
Bom... hj é a primeira vez que acesso seu blog... que vergonha né?
Mas enfim... Quero te dizer que fico muito feliz em saber que seu sonho, o sonho de alguém que começou junto comigo se tornou real... a sua força de vontade e dedicação deve servir de exemplo a todos nós e a muitos que ficam por aí reclamando que não existe oportunidade no mercado para profissionais da nossa área... oportunidade não aparece do nada e vc foi até a Alemanha buscar a sua...
Sinto orgulho de vc!!!!!!!
Mta saúde e sucesso!!!
Abraço

Luiz Fernando Cardoso disse...

Wow!

Ao ler comentários como o seu, Raquel, enchem de animo qualquer um, imagine um amigo. Fiquei muito feliz e ainda mais disposto a continuar escrevendo. Grande abraco (Groß Grüße) minha amiga.

PS. Nao repera na falta de acentuacao, sabe como eh teclado alemao (risos).

Assessoria de Imprensa disse...

opa, caminhando na rua e ouvindo musica classica, que demais.

e nao se esqueca:

CLUBE ATLETICO PATO BRANQUENSE CAMPEAO PARANAENSE DE FUTSAL 2006.

Anônimo disse...

oooo amigo!
sabe q a recíproca é verdadeira...
está acompanhando as notícias de nossa cidade relacionadas ao futebol?
Como já te falaram... Atlético campeão estadual... Rogério Ceni (do meu São Paulo)está apontadíssimo para ser o melhor goleiro do país e ainda tem o Alexandre Pato, do inter, o cara mais comentado do final de semana!
Estamos bem hein?
No mais... continuo reafirmando tudo que falei no outro post!
Sucesso amigo!
Abraço!

Anônimo disse...

Valeu FErnando, Gostei da matéria sobre os Supermercados.
Você escrevendo assim, parece que a globalização (quanto aos costumes) é mesmo coisa de americano e que nós acabamos por aceitar sem argumentar.
Levar sacola no mercado já faziamos quando eramos crianças.
È verdade que não fomos destruídos por uma guerra, mas vivemos uma guerra todos os dias, por educação, direitos, etc.
Um grande abraço
Te amamos muito, Que Deus te abençoe.

Anônimo disse...

Pato Branco com rogério, alexandre pato e atletico/fadep/sicredi.

bem lembrado pela Kell, mas falando um pouco sobre a alemanha, que legal viver sem preocupaçoes com segurança.

adorei a materia das bibliotecas no meio da rua. vc pega qual livro quizer e ningeum controla!!!


um abraço ao Nando, joão paulo, que sempre comentam as reportagens.

O irmão, posso passear aí em janeiro???